Dos insoldáveis céus, pétreos de gelo,
desce o corpo à terra
pelos espaços aureolados de luz,
como olhos que vêem e deixam ver
além do limite que
alimenta as árvores
e que acolhe as águas dos lugares celestes.
Penetrando no húmus estremece o todo:
todo o medo, toda a ilusão, toda a arrogâcia,
toda a cegueira, todo o ódio, todo o pódio,
tudo quanto destrói, tudo quanto corrói,
tudo isso treme e
abala, desmoronando-se
no calor da ardente chama do
cerne,
no centro, no núcleo da
alma perene...
Dessa transformação brutal
e audaciosa
nasce um novo ser,
refeito de Luz,
transformado, transfigurado, translúcido,
voando agora nos luminosos céus,
leve como o ar, fluído como o éter,
subtil como a vida, eterno como o espírito...