terça-feira, 17 de novembro de 2020

Quinto Império

Na penumbra dos séculos

agarro a imagem das praias do Tejo

olhando a sepultura do que já não é,

abismado com as histórias da História:

gentes virtuosas e crápulas sem pejo.

 

Noutras longínquas praias reveladas

desagua o meu olhar embaciado

pelas viagens do coração,

acordado dos naufrágios perdidos

em marés que já não vejo. 

 

Nesses novos areais se rejuvenesce

a cura quimérica da união

pelas mãos do coração,

pelas vozes das preces,

num coro de línguas que se reconhece

na luz dos séculos vindouros,

onde a luz do amor

dourará a paz em todos os miradouros.


Novembro 2020          Hugo Ferreira Pires