Um
mar de gente se agita…
Os
focos encontram o artista!
E
a multidão grita… grita… grita…
Vai
descalço o artista! Sua voz evade…
E
gritam as multidões castradas
como
condenados gritando liberdade,
achados
no pó das estradas.
Canta
o artista a música das esferas!
Profere
sua alma as notas celestiais!
Evoca
sua voz os sonhos e quimeras
das
gentes pregadas a sortes desiguais!
Voa
alto o artista em asas de magia!
Sopra reconforto aos ouvidos ansiosos,
aos
corações receosos, à esperança bravia…
Voam
longe os sonhos sequiosos…
Apagam-se
as luzes a perder de vista…
Evade-se
o artista…
Um
mar de magia perdura…
Um
longínquo alvorecer se afigura.
Novembro, 2018 Hugo Ferreira Pires