domingo, 2 de agosto de 2020

Cálice

Que cálice eu trago,
que me dá a cada trago
o amargo travo da luta
no infindável suor da labuta?

Que cruz é esta no caminho
que me cruza o pergaminho
dos sonhos e do querer
como cravos a romper?

Que mar de lágrimas é este
que me soçobra no olhar,
que me turva o caminhar
e me promete a Paz, ao acordar…?

E esta Luz que me encandeia

na escuridão que me permeia,
virá da luta que não cessa
ou do sono que se apressa?

Agosto 2020          Hugo Ferreira Pires