sábado, 21 de outubro de 2023

Longos Braços Me Acolhem

Longos braços me acolhem, vindos de tão longe!
Vêm desse país que me fez nascer ao Sol da Primavera,
desse país que do pranto me deu lágrimas e sonho...
Apartadas de mim estão sua Luz... suas gentes... o meu sorriso...

Suas terras e suas praias, seus ares e seus ventos,
seu calor e seu sol, suas águas e as suas fontes
vivem em mim num contínuo sorriso, num contínuo choro,
numa alegria preenchida, numa saudade inconsumível...

Das serras desce a Luz que ilumina minha alma,
derramando sobre as oliveiras o puro oiro,
fertilizando as terras de divino Amor,
preenchendo o ar de incorpóreo éter:
refletor das saudosas imagens, indeléveis....

No meu país vivo sem lá me encontrar,
com as minhas gentes converso sem as abraçar,
nas florestas me passeio sem as árvores alcançar,
no mar mergulho sem o puro sal saborear...

No altar de pedra me devoto olhando o infinito:
as imagens da vida fluem como água corrente
na direção do Universo, do Universo para mim,
de mim para o Universo...

A minha finitude mergulhada no infinito,
nele vivendo, nele implorando, nele aprendendo,
nele se ofuscando, nele encontrando a Luz,
nele seguindo o caminho da Vida infinda...

Outubro, 2023          Hugo Ferreira Pires







quarta-feira, 22 de março de 2023

No Cimo da Serra

No cimo da Serra,
alheio ao mundo,
às ideias e ao tempo,
fora do pensamento,
das vozes e da distância,
sou apenas existência
entregue ao Universo,
sentindo a intemporalidade do ser,
sentindo apenas, 
fluindo apenas...

O vento sideral
sopra docemente
trazendo imagens, 
momentos, vidas: 
vidas minhas,
vidas de outrem...

A inexistência do tempo 
acentua-se nesta inexpressão do eu:
sou apenas expressão
de uma existência,
de existências, 
de múltiplas vozes...

A iluminação solar
torna-se ilimitada;
preenche todo o espaço:
dentro e fora,
na visão e no coração;
expande-se a sua doce Luz
numa inexplicável expressão
de Amor...

Março, 2023          Hugo Ferreira Pires











quarta-feira, 22 de fevereiro de 2023

Mansas Rosas Floridas

Tenho aos meus olhos 
essa maresia ardente
da saudade passada, 
da saudade presente.

O sol e a maresia misturam-se
numa doce amálgama de emoção
pelo tempo que passou,
pelos dias que virão.

Olho defronte o espelho da infância
ressoando os risos e os choros
na mutável paisagem
do tempo que avança.

O amanhã revela-se camuflado
nas visões em mim contidas,
no marulhar das ondas,
no olhar das estrelas.

Paira no ar como uma ave
o riso da criança que fui,
sobrevoando a maresia,
sonhando com o infinito.

Lá longe, no fundo do infindo,
vive a criança que sou,
transmutando os espinhos
em mansas rosas floridas .

Fevereiro 2023     Hugo Ferreira Pires











domingo, 28 de agosto de 2022

Mágica Lagoa

Mágica Lagoa de aves e caniçais,
do fundo apela sua voz inflamada
sob a lua no alto exclamada:
canto de tempos imemorais!

Esparsos pinhais beijam estas águas
como que aninhando a vida
que se alastra na terra fluída
sem tristezas, nem mágoas.

Os caminhos escoam as vozes lacustres
como artérias levando oxigénio
às moradas das almas ilustres.

O ar revigorado de esperança e génio
revela a beleza dos altos lustres
e das inabaláveis vontades de éneo.

Junho 2022          Hugo Ferreira Pires



quarta-feira, 17 de agosto de 2022

Marítimo Vento

De onde vens vento marítimo,
que me devolves a maresia,
qual onda bravia,
às memórias do meu íntimo?

Vento que me trazes rajadas de odores,
frescas centelhas de antigos verões,
de onde, ainda criança, brotavam visões
de eterno, de longuras e de clamores.

Vento que me trazes a força do mar
e antigas histórias onde ressoam
sonhos e valentias de amar.

Vento de mundos cá de dentro soam
num eterno coro a navegar,
onde a Luz e o Tempo ecoam...

Julho 2022          Hugo Ferreira Pires



sexta-feira, 15 de abril de 2022

Sifla a Chama ao Vento

Veio o vento falar-me
de um mágico mundo
onde o Amor amanhece
em todos os cantos da alma,
como um encanto,
como um espanto.

Veio o sol mostrar-me
com a clareza da sua luz
os belos seres que me afagam
e me iluminam em cada dia,
nos instantes apressados, 
nos eternos momentos sonhados.

Veio o mar cantar-me
com a força da sua alma
as eternas melodias
de amor e de conqusita,
nas vagas que nos levam,
nas vagas que nos elevam.

Veio a terra aflorar-me 
aos olhos da alma
os saborosos frutos da vida
e as penúrias dos desertos vividos,
longas estradas calcadas,
altas montanhas escaladas.

Sifla ao vento a chama,
flutuando sobre as águas,
voando sobre as terras,
iluminando caminhos perdidos,
aquecendo espaços vazios,
inflamando os corações bravios.

Abril 2022     Hugo Ferreira Pires




quarta-feira, 6 de abril de 2022

A Realidade do Sonho

Entre o sonho e a realidade
existe a verdade do pensamento,
do desejo e da vontade.
Mil cores, mil mundos, mil vozes
coexistem numa sinfonia
tocada em cada instante,
sempre que o pensamento se eleva.

Assim, torna-se o sonho realidade,
transformam-se os desejos em forças
e vence a vontade do ser
antes mesmo de tomarem
as formas deste mundo,
onde o Sol e a Lua
nos perscutam e nos abraçam
em eterno Amor.

Março 2022     Hugo Ferreira Pires     










segunda-feira, 15 de novembro de 2021

Rubras folhas de Outono

Rubras folhas de outono
aquecem as memórias do tempo
num fogoso tapete,
levado pelo vento…
 
Escarlates, vermelhas, amarelas,
cor de laranja, cor de limão,
assim como os sabores da vida,
levados de mão em mão.
 
As árvores revelam seus braços
votados ao céu
implorando nova veste
ou talvez um fino véu…
 
E o céu, percebendo o pedido,
oferece uma névoa de pensamentos
ou forja então, intempestivo,
espessa bruma de sentimentos.
 
Novembro 2021          Hugo Ferrreira Pires



domingo, 31 de outubro de 2021

Soldado

Treme o chão!
Ressoam os tambores de morte!
Agitam-se dragões de fogo!
Ainda no sonho me vejo
nos braços de minha mãe
naquele canto de aldeia:
safra de vida pura, sensível…

Ruge o chão!
Rebentam as trompetas de sangue!
Ilumina-se a noite de horrores!
A garganta abre-se!
Salto do leito, empurrado pelo medo,
rodeado pela morte.
Gotejam-me da face pérolas incandescentes
de memórias fervilhando na alma,
queimando no coração.

A negra aurora revela o espesso fumo,
os gemidos dão voz à agonia.
Os de cá e os de lá, sobre o mesmo chão,
sofrem a mesma dor, o mesmo terror…
O plangente vazio cumpre-se em todas as almas!
Que faço eu aqui?
Cumpro ordens para não morrer,
mas, olho à volta, e a morte é a fuga.
Queria tanto voltar ao meu canto de aldeia,
queria tanto voltar para os braços de minha mãe…

Outubro 2021          Hugo Ferrreira Pires     



sábado, 14 de agosto de 2021

Sublimação

Lágrimas do tempo
são lenha ardendo
na lareira da saudade:
salgada maré de memórias.
 
Das vidas são feitas histórias
que nos banham
em repetidas ondas,
quantas vezes nos olhos sentidas…
 
E de olhar levantado
tentando enxergar tudo,
tudo quanto se vê
é a baça bruma do passado
e o sonho ataviado
nas amarras do tempo.
 
Libertar-se do tempo
engrandece a vida,
ilumina a saudade,
saúda o porvir…
 
Agosto 2021          Hugo Ferreira Pires




domingo, 8 de agosto de 2021

Não Somos Quem Somos

Não somos o troço de madeira
flutuando sobre o largo abismo oceânico,
mas a fausta dança das marés.

Não somos a ave abandonada aos céus
perdida em ventanias de agonia,
mas o pleno cantar dos ventos.

Não somos o grito do amargo desespero
travado no peito sofrido,
mas o eterno canto da vida.

Não somos o sofrimento da ausência
sangrando num coração trespassado,
mas a eterna esperança luzindo Amor.

Não somos quem somos.
Somos algo por encontrar
nas infindas notas
de uma música maior,
uma música que é de todos,
onde todos somos Um.

Julho 2021          Hugo Ferreira Pires



sexta-feira, 14 de maio de 2021

Quando eu Morrer

Quando eu morrer,
nascerei num dia de Primavera
no doce canto da natureza
ou nascerei na penumbra de um Inverno
nas sombras que me percorreram?

Quando eu morrer,
será o tempo uma recordação
ou a eternidade do que virá?
Serei o tempo do que fiz
ou farei do tempo a foz
nos mares onde naveguei?

No dia em que eu morrer,
será a minha casa o jardim
dos sonhos do que não vivi
ou será a lama das lágrimas que não chorei?
Será o Sol um terno e paternal abraço
ou um ardor insuportável na alma
ainda não pura da Luz que perdeu?

Quando eu morrer, serei apenas eu,
serei tudo o que não fui
ou serei o que de mim já houvera esquecido?
Terei a meus braços as gentes que conheci
ou estarão eles em mundos que nunca vi?

No dia em que eu morrer,
estarei onde já estive
ou brotarei de um solo
que jamais houvera eu sabido existir?
Serei eu um ponto, uma sombra ou uma luz?

Maio 2021         Hugo Ferreira Pires





sábado, 10 de abril de 2021

Como uma Flor

Surgiste como uma flor
num prado de primaveras,
num pranto de louvor,
um desabrochar sem esperas.
 
Ergueste como uma súplica
um templo aos céus,
um caminho que te indica
a verdade, sem medos, nem véus.
 
Desvelada está a flor
no prado da minha vida,
no templo do teu Amor,
Luz de ti colhida.

Março 2021         Hugo Ferreira Pires



sexta-feira, 12 de março de 2021

Perene a Alma

Rebanhos de neve 
populam de nívea veste 
os verdes caminhos 
sob a áurea fonte celeste. 

Os gelados cumes 
ecoam num grito 
a liberdade e a vida 
aclamados ao infinito.

E lá no alto,
no âmago da perene calma,
vive o terno Sol 
no sopro da eterna alma.

Perene o tempo
que o vento aclama,
perene a alma
da mesma chama.

Março 2021          Hugo Ferreira Pires



















sábado, 16 de janeiro de 2021

Novas Pátrias

Porque choras Primaveras

no tenro húmus deste chão?

Porque revolves teu coração

numa chuva de quimeras?

 

Porque navega tua saudade

em alagados soluços de memórias?

Que intemporais ausências perentórias

te vedam no peito a liberdade?

 

Vês o avanço do tempo em cada instante?

Nada será o que foi, nada é o que será;

mesmo o que vês e o que sentes, mudará…

E o tudo sempre te espera adiante!

 

Sobre o tenro húmus, passo após passo,

chegarás a outros mares, ventos e faróis;

inolvidável presença de novos sóis,

novas pátrias, novos rumos, um outro espaço.


16/01/2021          Hugo Ferreira Pires





domingo, 6 de dezembro de 2020

Escravatura no Brasil


Viajam no lenho já crucificados,

mártires das ordens alheias,

olhares cravados de breu,

como se na pele estivesse

cunhada sentença maligna.

 

Oh maldita lei dos Homens

sem fé no humanismo,

com um pé no racismo

e o outro na cega matança do ouro.


E com ouro sobre azul

vai o lenho de volta ao reino;

esfregam-se mãos de contentamento,

as mesmas que, lívidas de morte,

sentenciam a vida de quem os enriquece.


Oh maldita pobreza de espírito

manchada de sangue irmão,

porque não acendeste de pronto

a rubra chama da compaixão (?) ...

 

Decorridos séculos de funesta agilidade

no arrebatamento da atrocidade

vingou A Áurea Lei da Liberdade

pela força de um povo unido

para quem negro e branco

são cores da mesma Luz!


Dezembro 2020          Hugo Ferreira Pires


Nota: A 13 de Maio de 1888 foi decretada no Brasil a Lei Áurea, a qual abolia a escravatura nesse país.




terça-feira, 17 de novembro de 2020

Quinto Império

Na penumbra dos séculos

agarro a imagem das praias do Tejo

olhando a sepultura do que já não é,

abismado com as histórias da História:

gentes virtuosas e crápulas sem pejo.

 

Noutras longínquas praias reveladas

desagua o meu olhar embaciado

pelas viagens do coração,

acordado dos naufrágios perdidos

em marés que já não vejo. 

 

Nesses novos areais se rejuvenesce

a cura quimérica da união

pelas mãos do coração,

pelas vozes das preces,

num coro de línguas que se reconhece

na luz dos séculos vindouros,

onde a luz do amor

dourará a paz em todos os miradouros.


Novembro 2020          Hugo Ferreira Pires




quinta-feira, 15 de outubro de 2020

Na Voz do Silêncio

É na voz do Silêncio
que emerge a subtil voz
de tudo o que não ouço:
um aparente vazio, fremente, 
que expressa a sua presença
na paciente voz da esperança.

E se algo eu ouço,
é apenas um troço 
da constante experiência de existir,
se existir for um contínuo fio universal
sem início nem fim,
sem tempo nem distância...

Nas vestes do mundo
encontro a guerra e a Luta,
encontro a hipocrisia e a Paz
encontro o egoísmo e o Silêncio...

Mas é na voz da Luta e da Paz
que encontro o Silêncio 
da subtil voz universal:
eterna esperiência de existir.

Outubro 2020          Hugo Ferreira Pires



domingo, 6 de setembro de 2020

Amália Rodrigues

Nos braços da tua voz
se expande Portugal,
navegar profundo na foz
de nossa alma intemporal.
 
Nas vagas do teu sentir
se ergue um povo imenso
como velas a bolir
sobre um mar de incenso.
 
O som do teu coração
conta a saudade de um país
que na eterna imensidão
descobre em nós sua raíz.
 
Soprando a maresia de Além,
tua voz fará sempre viver
a alegria ou a tristeza de alguém
no tempo que há de haver...
 
Agosto 2020          Hugo Ferreira Pires



domingo, 2 de agosto de 2020

Cálice

Que cálice eu trago,
que me dá a cada trago
o amargo travo da luta
no infindável suor da labuta?

Que cruz é esta no caminho
que me cruza o pergaminho
dos sonhos e do querer
como cravos a romper?

Que mar de lágrimas é este
que me soçobra no olhar,
que me turva o caminhar
e me promete a Paz, ao acordar…?

E esta Luz que me encandeia

na escuridão que me permeia,
virá da luta que não cessa
ou do sono que se apressa?

Agosto 2020          Hugo Ferreira Pires



domingo, 26 de julho de 2020

O Meu Chão é de Terra

O meu chão é de terra
e o horizonte enverga um manto
de poeira levantada
na trémula voz do meu canto.

A misteriosa sombra do Poente
acorda os opacos ventos
na anunciada penumbra
de segredos e tormentos.

O nevoeiro da noite
traz da ilusão a fina veste
como cegueira perdida
na luta que minha alma reveste.

Enquanto os ventos vagueiam
sob a prata da lua,
acorda do sono a coragem
na proa de uma falua.

E assim desperta o Nascente
como um sopro salvador
colorindo as vestes de Apolo
com o rubro fogo lutador.

O meu chão é de terra
e o caminho enverga a vontade
de erguer a coragem
nos passos acesos da verdade.

A poeira de hoje será no horizonte
o sedimento da estrada percorrida:
sublimes grãos de experiência
na contínua esteira da vida.

Julho 2020          Hugo Ferreira Pires



quarta-feira, 15 de julho de 2020

Cisnes

Na sublime delicadeza destas águas,
de outros mundos navegantes,
formosos cisnes viajam deslizantes
na onírica música da Neptuno.

Serenos nas intempéries
como um sol estival,
enxugam as lágrimas aladas
tombadas do temporal.

Toda a deceção formal
superam num lampejo,
com a força surreal
no momento do adejo.

Nos lautos sopros de Éolo
sublimam receios e incertezas
com sua alva envergadura
de esperanças e fortalezas.

Julho 2020          Hugo Ferreira Pires


sexta-feira, 12 de junho de 2020

Transformação

Dos insoldáveis céus, pétreos de gelo, 
desce o corpo à terra
pelos espaços aureolados de luz, 
como olhos que vêem e deixam ver 
além do limite que alimenta as árvores 
e que acolhe as águas dos lugares celestes. 

Penetrando no húmus estremece o todo: 
todo o medo, toda a ilusão, toda a arrogâcia, 
toda a cegueira, todo o ódio, todo o pódio, 
tudo quanto destrói, tudo quanto corrói, 
tudo isso treme e abala, desmoronando-se 
no calor da ardente chama do cerne, 
no centro, no núcleo da alma perene... 

Dessa transformação brutal e audaciosa 
nasce um novo ser, refeito de Luz, 
transformado, transfigurado, translúcido, 
voando agora nos luminosos céus, 
leve como o ar, fluído como o éter, 
subtil como a vida, eterno como o espírito...

Maio 2020     Hugo Ferreira Pires


sábado, 9 de maio de 2020

Poema à Lua

Lua cheia de memórias,
mostra-nos o passado recôndito
na clareira da madrugada,
desnuda o que é maldito
e realça à tua passagem
o imponente monte pardo
sobre a verdura da paisagem.

Lua de paixão crescente,
alcança estas serras
com teus braços de luz,
e acorda lentamente
na penumbra do horizonte
os caminhos da alvorada
renascida defronte.

Lua das asas de prata,
acorda as aves sonhadoras
trespassando a densa mata
com teus uivos de Poente,
faz voar ainda mais alto
a vontade que te arrebata
no abismo da vertente.

Lua, Mãe da madrugada,
ilumina o eterno desejo
de perceber nas velhas sombras
a pujança de um adejo,
e exalta a nossa força
tão profunda e arraigada
com a força to teu beijo.

Maio 2020          Hugo Ferreira Pires


terça-feira, 5 de maio de 2020

A Língua Portuguesa

No fundo da alma nasce a voz
moldada no silêncio das memórias,
murmúrio contínuo na foz
onde as ideias criam glórias
e enunciam no voo do albatroz
a fantasia apaixonada
num gesto de poesia,
num som de maresia...

De incontadas línguas mescladas
nasceram horizontes feitos
de inúmeras cores fascinadas
pelos lautos credos eleitos...
Das muitas preces levantadas
e dos mil caminhos refeitos
levanta o vento a voz
de nossos amados avós!

Entre os mundos sonhados
e as intensas palavras ditas
nasceram mares encantados
de tantas histórias escritas,
de bravos poemas inflamados,
sublimando a saudade e o sonho
ao posto mais alto da beleza
pela alma da língua portuguesa.

Maio 2020          Hugo Ferreira Pires