No cimo da Serra,
alheio ao mundo,
alheio ao mundo,
às ideias e ao tempo,
fora do pensamento,
das vozes e da distância,
sou apenas existência
entregue ao Universo,
sentindo a intemporalidade do ser,
sentindo apenas,
fluindo apenas...
O vento sideral
sopra docemente
trazendo imagens,
momentos, vidas:
vidas minhas,
vidas de outrem...
A inexistência do tempo
acentua-se nesta inexpressão do eu:
sou apenas expressão
de uma existência,
de existências,
de múltiplas vozes...
A iluminação solar
torna-se ilimitada;
preenche todo o espaço:
dentro e fora,
na visão e no coração;
expande-se a sua doce Luz
numa inexplicável expressão
de Amor...
Março, 2023 Hugo Ferreira Pires