sábado, 31 de dezembro de 2016

Novo Ano

Com doze passas de ilusão
E um champanhe na mão,
Todos anseiam o ano vindouro
Servido numa taça de ouro.

Coroas de bolos reluzentes
Reinam em mesas fartas e consistentes,
Cristais coloridos sustentam a ambição
De querer mais do que manda a razão.

As doze badaladas anunciam a nova era,
Música do tempo que não espera,
Porque parar é morrer,
Brinda-se então para esquecer.

Desejos de Paz, Saúde e Alegria
Preenchem corações de euforia
Grita-se em cartões e redes sociais:
Este ano é o Tal! Todos teremos mais!

Rebenta o fogo no firmamento
Feito de estrelas de artifício,
Olhemos mais acima, o Infinito,
Feito de Luz e Precipício:

A música da eterna Luz sideral
Entregue à pauta do Vazio
Professa um entendimento total
Numa união de pleno equilíbrio.

E de coração cheio de bondade
Lutemos por um Mundo diferente
Pensemos em toda a humanidade
Todos unidos na mesma frente.

Dezembro, 2016          Hugo Ferreira Pires


sábado, 24 de dezembro de 2016

Um Novo Natal

Natal, Natividade ou Nascimento,
Celebramos a vinda de Jesus neste momento.
Renasce hoje o Sol no norte do planeta.
A sul, um dos dias mais longos se completa.

Sonho novamente uma utopia desejada,
A união dos povos encima esta quimera ansiada:
Religiões e credos de mãos dadas sem cinismo,
Egrégora de Amor, Fraternidade e Humanismo;

Um mundo renascido sob a égide da União,
Onde as diferenças fortalecem o respeito e a abnegação,
E não cedem às mãos da intolerância e destruição;
Um mundo onde as religiões acendem a chama do Amor
E não a chama da guerra, do terror... e da dor;

Um mundo renascido sob o Sol de uma nova Aurora,
Onde a Paz seja o caminho seguido sem demora,
Onde a Luz de um Novo Natal terrestre
Seja a constante realidade de todo o sempre.

Dezembro, 2016          Hugo Ferreira Pires




quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Síria

Síria, filha da maldade dos Homens,
Sucumbes na agonia da indiferença,
Vomitas o sangue dos que contigo ficaram,
Espelhas a indiferença dos defensores da matança,
Ilusões de riqueza e poder governando ordens.

Síria, orfã do Amor humano,
Criança abandonada ao acaso
Na boca de um vulcão rubro de ganância,
Fumo negro de ódio pairando no ocaso,
Gruta oca de humanidade sob o negro plano.

Síria, tuas letras escritas no teu chão
Com pincéis banhados no teu próprio sangue,
Todas as lágrimas juntas deste mundo
Não conseguirão jamais desencardir teu solo exangue,
Terra envolta na mortalha de um mundo malsão.

Síria, filha do mundo inteiro,
Que as mãos da fraternidade te alimentem a esperança,
Que os braços da bondade te abarquem o corpo,
Que as lágrimas da compaixão te livrem da vingança,
Que o alto divino te dê Amor verdadeiro.

Dezembro, 2016          Hugo Ferreira Pires


sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Carlos Paião

Conforto a minha alma pesante
nas doces palavras do Paião;
versos da minha infância distante
tocando fundo no coração.

Fecho os olhos e deixo-me embalar
em histórias de cegonhas e cinderelas,
vejo o arco-íris no alto a cintilar
num mundo de aguarelas.

Quando lá fora as nuvens chorarem,
de mão em mão chegarão teus versos
e quando estes o alto alcançarem
sorrirei aos ventos adversos.

Num mundo de visões encobertas
alegrado pelo Sol de cada canção,
a tua voz dá-me as palavras certas
ó meu querido Carlos Paião!

Novembro, 2016          Hugo Ferreira Pires

A utilização desta imagem nesta homenagem ao artista
Carlos Paião foi gentilmente autorizada  pela
Valentim de Carvalho e Warner Music Portugal.