sexta-feira, 14 de junho de 2019

Transição

Na penumbra desta manhã,
fria, cinzenta, tempestuosa,
circula o fogo intenso
de uma perda agreste, austera, impiedosa! 

No interregno da convulsão atmosférica
surge leve, pungente, indiferente,
essa gaivota marítima, etérica,
anunciadora de tempestade,
pronunciadora de liberdade… 

A tempestade passou
e os ventos são agora de bonança;
a ave punge os marítimos ares
longe da terra das gentes,
longe dos uivos descontentes. 

O fogo intenso é agora cinza
e um ténue fumegar incensado
renascido da Fénix em ascensão,
derrama o aroma da transição. 

Junho 2019          Hugo Ferrreira Pires



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