sábado, 6 de julho de 2019

Descobrimentos

Os despojos lusitanos
afiguram-se ao fundo,
nas entranhas do mar,
nos confins do mundo.

Dourados sonhos naufragados,
encimados de adagas
latejantes de dor,
sob mantos de vagas.

Luz e trevas se cruzaram
nas cruzes de um império
tão perfeito quanto quimérico,
tão imperfeito quanto esotérico.

Vozes foram caladas
enquanto outras vociferaram
no sangue dos povos exangues
as fés que nāo lograram.

Sob as injúrias
dos punjentes tempos idos
canta hoje um coro
de corações renascidos.

Dos sangues d'outrora cruzados,
dos sangues d'outrora esvaídos,
laços fraternos nasceram
pela força do tempo erguidos.

Julho 2019          Hugo Ferreira Pires


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