sábado, 9 de maio de 2020

Poema à Lua

Lua cheia de memórias,
mostra-nos o passado recôndito
na clareira da madrugada,
desnuda o que é maldito
e realça à tua passagem
o imponente monte pardo
sobre a verdura da paisagem.

Lua de paixão crescente,
alcança estas serras
com teus braços de luz,
e acorda lentamente
na penumbra do horizonte
os caminhos da alvorada
renascida defronte.

Lua das asas de prata,
acorda as aves sonhadoras
trespassando a densa mata
com teus uivos de Poente,
faz voar ainda mais alto
a vontade que te arrebata
no abismo da vertente.

Lua, Mãe da madrugada,
ilumina o eterno desejo
de perceber nas velhas sombras
a pujança de um adejo,
e exalta a nossa força
tão profunda e arraigada
com a força to teu beijo.

Maio 2020          Hugo Ferreira Pires


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