Para
Angola cedo partiste,
Deixando
Portugal no longe do espaço.
Aguardavam
a tua volta, sorriso em riste!
Mas
tarde voltaste com a morte no regaço.
Conheci-te
depois, na distância do tempo ido,
Numa
história de guerra e de saudade,
Conto
de um império perdido
Envolto
em sonho e elevação, ganância e crueldade.
Das
tuas fotos brancas e cinza
Guardo
o teu rosto de inquietude feito,
Misto
de amabilidade e incerteza
Espelho
de bondade no teu peito.
Um
dia, num sonho nos encontrámos,
No
grupo desportivo que criaste,
Quase
sem palavras nos comunicámos
E
novamente para longe tornaste.
Aos
que a vida deixaram no Ultramar,
A
gente da terra erigiu a estátua que lá está.
Não
falo de heróis, que na guerra não os há,
Falo
sim da dor nos nossos corações, a queimar...
A
ti, meu tio Vitor,
Uma
rua com teu nome abençoaram,
Desagua
no Adro onde nasceste e te choram,
Caminho
da tua ausência... rua que sei de cor.
E
num mundo diferente,
Vivendo
serenamente,
Esperas
o retorno ao mundo terrestre,
Tão
belo quanto cruel,
Tão
cheio de ódio quanto de Amor!
Que
o destino te dê Amor,
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