sábado, 21 de janeiro de 2017

Fado

Fado, teus versos trazem a maresia e o sal,
Cantam a quimera do bem e a tristeza do mal,
Salpicos de palavras de um mar de saudade
Que se espraia na alma de uma nação sem idade.

Fado, tua música geme a dor e a esperança,

Extravasa no ar a força da luta como herança,
Melodia encantada por musas de todos os mares,
Estrondo tenebroso de desconhecidos lugares.

Fado, tua voz brame vidas de nostalgia e pranto

Num timbre de lutas ávidas de sonho e encanto;
Ondas trazendo de longe o som dos ausentes,
Maré infinda de mágoa e amores dolentes.

Fado, guitarra do tempo que não cessa,

Lamento antigo onde a alma penosa se confessa,
Uivo do coração, onda de saudade atingindo o areal,
Voz do tempo nas veias de todo o Portugal!

Janeiro, 2017          Hugo Ferreira Pires




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