Primeiro Amor

Tu, morada do meu primeiro Amor:

a tua beleza, simplicidade e energia

incandesceram o meu coração de rubra cor,

Primavera longínqua de intensa magia.

O teu largo sorriso luminoso e radiante,

o teu profundo olhar sincero e cativante,

a tua alva pele coroada de lindos cabelos,

castanhos, como os teus olhos espelhados.

Por ti chorei extensas horas de ilusão,

praias de lágrimas inundaram o meu país de solidão;

infinitas vezes fitei o largo horizonte,

contemplando o teu rosto numa miragem distante.

Tive ao menos a satisfação da tua amizade

e do teu carinho imbuído nessa tranquilidade;

estrela cristalina onde a minha alma navegou,

numa quimera desventurada que nunca terminou.

Vinte anos passaram sem demora,

parece que foi ontem... ainda agora!

Manténs esse olhar profundo e luzente,

humildade regada de simpatia crescente.

Rever o teu lindo rosto de sorrisos cintilantes

foi voltar a sentir lágrimas incandescentes,

amadurecidas, mas ainda saudosas de ti;

alma vincada do tempo que jamais esqueci.

As extensas praias de lágrimas por ti choradas

ainda mareiam bem dentro do meu peito:

água salgada de lembranças passadas...

Continuas linda e feliz! E por isso, sorrio satisfeito!

Dezembro, 2016          Hugo Ferreira Pires