sexta-feira, 24 de março de 2017

Primavera Distante

Este céu cinzento sussurra solidão,
este ar humedece as lágrimas guardadas,
este vento constante clama a imensidão,
e este frio penetrante entristece as alvoradas.

Saudade da marítima bruma salgada,
trazida em barcos de todo o mundo;
Saudade da Pátria encantada,
assomada na voz deste mar profundo.


Primavera adiada no tempo incessante,
buscando e concentrando energia latente;
olho impaciente o seu futuro radiante,
por entre o cinza que a agarra persistente.

Do cais deste céu cinzento,
minha Pátria partirei buscando;
viajarei fora deste tempo,
junto ao infinito celeste voando...

... E à Pátria desejada finalmente chegado,
envolve-me a Primavera em clamor!
Entre a água chorada e o ar respirado
resplandece da semente... a Flor!

Março, 2017          Hugo Ferreira Pires

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