sexta-feira, 3 de março de 2017

Mulher na Via Pública

Corpo triste e desolado
Exigido por todos e qualquer um;
É como um bem comum,
Para quem compra seu agrado.

Com olhar absorto e angústias no rosto,
Vai tecendo preces à Santa do seu altar;
Pede-Lhe uma família e um lar,
Roga-Lhe que se quebre o desgosto.

As manhãs, tardes e noites são salgadas,
E os seus olhos viajando nessa eternidade,
Pouco mais são que lágrimas esgotadas.

Sonha conquistar outra realidade,
Onde as fartas lágrimas guardadas
Sejam o rio de uma nova verdade.

Março 2017          Hugo Ferreira Pires






Nota: Este soneto é uma adaptação de um poema da minha autoria escrito em Dezembro de 2003, e foi escrito pelo facto de vezes sem conta, durante os meus anos de infância e de juventude, eu observar a presença de mulheres a prostituírem-se junto à Estrada Nacional, perto do sítio onde morava,

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