sexta-feira, 18 de maio de 2018

Tempo de Viver

A vela apagou-se e, no ar,
o derradeiro fumo se desfaz,
tal como o incessante mar
que sobre a areia jaz.

No leito de um silêncio penetrante,
na penumbra da noite presente,
projeta-se o passado distante
nos meandros do futuro ausente.

Em vermelhos campos de papoilas
as lágrimas afloram comovidas
como prata brilhando de vida
sobre as oliveiras erguidas.

Nesses campos uma criança brinca
no seu mundo de vida garrida,
o seu olhar no céu se afinca
seguindo a ave desprendida.

Voa o sonho da infância
jorrando na penumbra do agora;
além se alumia a abundância
no futuro de outrora.

O sol acendeu-se no ar!
É manhã! É dia de viver!
É presente de Luz e de acreditar!
É o futuro a amanhecer…

Maio 2018          Hugo Ferreira Pires


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