domingo, 6 de novembro de 2016

Meu Coração

Viajas, meu coração, num mundo de tempo vindouro
Sobre um mar sem tréguas onde se ergue a viagem,
Onde naus antigas elevaram suas velas ao alto de ouro,
Gritando a liberdade do sonho, da aventura e da coragem.

Anseias, meu coração, pelas sonhadas terras distantes,
Navegando entre o céu infinito e o mar flutuante,
Orando no convés, de olhos fitos nas estrelas ofuscantes,
Onde Deus é declamado a cada poema de esperança latejante.

Chegas, meu coração, num porto de chão salgado de memórias,
Onde gentes ali trocaram os dissabores pelos sabores da vida,
Onde naus atracaram os seus ventres inflamados de histórias,
Onde descobertas se fizeram com a luta de gente erguida.

Queres, meu coração, viver um ventre de descobertas
Numa linha de tempo secular, milenar, universal,
Lutando pelo desabrochar das terras encobertas.

Buscas, meu coração, o oxigénio da tua chama astral,
A qual será a chave das ancestrais terras abertas,
Onde finalmente encontrarás a razão existencial.

Novembro, 2016          Hugo Ferreira Pires



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