sábado, 26 de novembro de 2016

Emigrante

Emigrante que lutas lá fora
Pelo pão que sonhas comer no teu país;
Hás de voltar e tornar a ser feliz,
Hás de voltar à terra que te chora.

Bendita a hora do regresso à terra natal!
Para trás deixas amigos curtidos e benditos,
Outros tantos inimigos, arrogantes e malditos,
Que o mundo é feito de gente desigual.

Lá de longe, de outro país,
Trazes a neve e o frio nas mãos,
Calor e chuva de países irmãos,
Vida que o coração não quis.

No teu rosto, a visão salgada da mudança,
Concretizas enfim o sonho da tua ânsia.
Ali está o rio da tua infância,
As árvores e os teus sonhos de criança.

E com os olhos dormentes de saudade
Abraças com ternura amigos e familiares,
Porque é deles que se fazem as saudades
Uma vida inteira de amor e amizade.

Entre amigos sorridentes voltas também tu a sorrir,
Momentos aguardados no cálice da temperança.
Finalmente no teu país, entre as mãos da lembrança,
Caminho que talhaste com a força de nunca desistir!

Novembro, 2016          Hugo Ferreira Pires          


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