domingo, 17 de setembro de 2017

A Minha Casa

A minha casa
tem chão de flores e teto de Universo,
tem telhas de sonho emerso,
vigas de vidas quérulas de carmesim
e tijolos rescendentes de cetim.

A minha casa
tem milénios de existência,
tem os sonhos da minha essência,
o desespero da incompreensão
e preces ajoelhadas no saguão.

A minha casa
tem janelas de auroras fulgentes,
tem alpendres de estrelas reluzentes,
varandas de jardins celestiais
iluminadas de esperanças siderais.

A minha casa
tem salões de Luz e quartos de utopia,
tem cozinhas de plena alquimia:
sementes transformadas em fruto
nos corredores do caminhar arguto.

A minha casa
tem os lépidos momentos em família,
tem nas paredes memórias em vigília;
dos candelabros resplandecem visões do passado
iluminando o futuro desejado.

A minha casa
está aqui, onde quer que eu esteja,
de onde quer que o vento seja,
de onde quer que dilacere a tempestade,
nunca se desmorona! Fortaleza de verdade!

A minha casa
tem egrégora de luta e ensejo de luminoso,
tem caminhos juncados de querer viçoso,
tem lagos pejados de éter consagrado
e largos oceanos de sacrifício devotado.

A minha casa
tem os braços onde sempre encontrarei
as famílias e os filhos que sempre amarei,
os entes que eternamente me amarão
e os amigos que me tem o coração.

A minha casa
sou eu nos outros, os outros em mim,
e todos nos braços do Universo sem fim.

Setembro 2017          Hugo Ferreira Pires




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