sexta-feira, 7 de julho de 2017

Os Mundos de Neptuno

                     [A Escuridão...]

Ruas de um Neptuno dos confins planetários
Trazidas pela bruma de tempos lendários,
Calçadas intrigantes de quadraturas solares
Meandram prédios viajados d’outros mares.

Enigmas de mundos fantásticos
Afloram coloridos e entusiásticos
As escurecidas paredes crispadas,
Pelas órbitas do tempo conquistadas.

Caminhar longínquo sobre muros de arte,
Com corpos estampados em cada baluarte,
Estátua caminhando manca na cidade,
Esculpida pelas mãos da alucinada vontade.

Planeta marcado num velho grafiti deslavado,
Pauta ausente de vida num quinteto afinado,
Dança louca num palco de pesadelo, sem dó,
Evasão desvairada de ópio, erva e pó.

Religiões alucinadas esmagando altares,
Torpes espiritualidades de todos os lugares,
Discursos fundamentalistas ditando a sorte
De quem tece seu leito de morte.

Egrégora de multidões ausentes da razão
Nas velhas e tortuosas ruas da ilusão,
Onde os passos das almas esconjuradas
Ecoam em paredes abandonadas.

Apartamentos viajando como naves loucas
Em Universos de profecias moucas
Assentes num globo frenético sem norte,
Rolando e transladando num jogo de sorte.

Palavras embebidas em deleites de Baco
Ressoam em paredes de tom opaco,
Gritam loucamente em luxúria desmedida,
Escrevem uma história de prazer florescida.

                     [A Súplica...]

Meu grande Neptuno,
Mostra-nos tua face de Azul Celestial
E teus lautos acordes marítimos,
Providenciando aos Deuses um manancial
De teu equilíbrio legítimo.

Meu bom Neptuno,
Mostra-nos teus grandiosos poemas de Luz
Criados no halo de teu supremo ânimo,
Mostra-nos teu sublime tridente que conduz
As águas de um mundo magnânimo.

Meu velho Neptuno,
Mostra-nos tua fonte de água pura e cristalina
Vinda de estrelas lúcidas de Espiritualidade,
Deixa-nos beber dessa tua água que culmina
Enlaçada na eterna lança da Humanidade.

Meu bom e velho Neptuno,
Deixa-nos em tuas límpidas pautas navegar
Melodiando as notas do Amor e da comoção,
Num globo rodando na Luz do despertar
Onde equilíbrio e fraternidade florescem no coração.

Julho, 2017          Hugo Ferreira Pires

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