Solo infiltrado das águas que o tempo traz;
Aqui jazem algares sibilantes ao vento
Levantando do mar o eterno chamamento;
E no espaço, a depurada bruma incessante
Aclama por Dom Henrique, o Infante!
Desce as escarpas o olhar deslumbrado, pungente,
Unindo-se ao mar pujante de alma e gente;
E além... o horizonte... circular e exclamado:
Flama das Descobertas, novo Mundo descerrado,
Vastidão mareada descida além Bojador,
Monstros vencidos com a lâmina do ardor!
Neste alto promontório, altar de Portugal,
Ruge o vento domado de um querer ancestral;
Finisterra do continente das Luzes e da Ciência,
Mar sonhado na sua verdadeira essência...
É aqui, na pungente Ponta de Sagres, onde residem
O sonho, a força e a vontade, que ao tempo sobrevivem!
Julho 2017 Hugo Ferreira Pires
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