quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

A Lenda da Princesa Fátima

Num antigo tempo ido
Lutava contra os Mouros
Um cavaleiro destemido
Apelidado de Traga-Mouros.

Falo de Gonçalo Hermingues,
Que com suas fartas vitórias,
Agradou a Dom Afonso Henriques,
De quem obteve as glórias.

Um dia, à sombra de um ácer,
Avistou uma bela princesa
Na torre do Alcácer,
Onde isolada, vivia em tristeza.

Por esta princesa Moura
De olhar penetrante
E de beleza avassaladora
Se apaixonou num instante.

Fátima era seu nome mourisco
E com ela sonhava noite e dia
O cavaleiro, que sem pensar no risco,
Um plano de conquista urdia.

Conhecida era a festa das luzes,
Pelos Mouros em Junho celebrada,
Com seus cantos, dizeres e aljorzes
Durava até de madrugada.

Nessa noite de Junho Suão,
Alheados de sua sorte,
Junto ao rio festejavam
Fátima, seu pai, e sua corte.

Num repente irrompeu a cilada
Por entres espadas e desvario,
Foi a festa das luzes apagada
Pela morte, nesse instante sombrio.

Arrebatou o cavaleiro seu Amor
Das mãos do seu inimigo,
Da princesa obteve o louvor
De querer casar consigo.

E Fátima se fez Oureana
Após o casamento cristão,
Nomes de tez luso-muçulmana
Que abençoaram nosso chão.

Onde o casal no início viveu
Chamaram terras de Fátima,
Deste divino nome árabe nasceu
A terra santa de Fátima.

Onde o resto da vida estiveram
Deu-se o nome de Oureana, porém,
Com os anos que passaram
Oureana se tornou Ourém.

Dezembro, 2017          Hugo Ferreira Beato Pires


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