Quando tudo desaba,
o chão aguenta-nos
e o céu é o limite.
Um leito de dor
nos apoia o corpo
e o olhar ofuscado
pela maré do coração
constrói um leito de pranto,
lá no Alto.
Os primeiros passos no escuro
elucidam o caminho;
dos pequenos pedaços de esperança
nascem pequeninas estrelas:
luzes vindas de nós,
transmutando a dor
em coragem, em viagem.
As dores do presente
reavivam o passado,
acendem o futuro,
projetam o derradeiro desafio
de ver além horizonte,
além breu agonizante,
além nós mesmos.
Com o tempo do tempo,
a dor se amansa,
o pranto se adoça,
e as lágrimas perdidas
tomam o gosto da vitória.
Na roda da vida
o dia e a noite se alternam,
a tristeza e a felicidade se entrelaçam,
e em nós cresce
a sabedoria de viver.
a sabedoria de viver.
Dezembro 2017 Hugo Ferreira Pires
Sem comentários:
Enviar um comentário