Cheira a Algarve!
Doce odor, quente e
suave,
Alma muçulmana e cristã
Imanada desta terra
anciã.
Cheira a Al-Gharb,
teu nome de verdade;
Oeste do solo Andaluz
tua alma o Povo seduz.
Cheira a mar deslumbrante
onde sonhou nosso
Infante;
em Sagres sua alma se
uniu ao sal:
último horizonte de
Portugal!
De Lagos zarparam sem parar
caravelas rumo a
além-mar,
seus porões de sonhos
fermentados
foram Descobrimentos
concretizados.
Em Silves o Arade se vislumbra
numa miragem saída da
penumbra,
alquimia do alto
Caldeirão*
revelada no mar
de Portimão.
Guadiana de verdes margens
acariciando belas
paisagens,
fertiliza de amizade sã
Portugal e Espanha irmã.
Diante ao mar, bela e Formosa,
pulsa a Ria fértil e
airosa,
língua de mar
intermitente,
ventre de vida fremente.
Entre arribas rendilhadas
se abrem praias entalhadas,
areais expostos às marés
brilhando ao sol de lés
a lés.
Algarve de cultivos antigos
perfumado de alfarrobas
e figos,
albricoques, laranjas e
medronhos
são sabores brotados dos
sonhos.
Algarve da minha infância,
de verões nutrida em
abundância,
matas e dunas de
fragrâncias,
aromas de sublimes
distâncias.
Algarve da minha juventude,
feito de estudo amiúde,
Universidade de amigos
assentes
que ainda hoje sinto presentes.
Cheira a Algarve!
Doce odor, quente e suave,
chama da minha alma,
luz do tempo que me acalma.
que ainda hoje sinto presentes.
Cheira a Algarve!
Doce odor, quente e suave,
chama da minha alma,
luz do tempo que me acalma.
Junho 2017 Hugo Ferreira Pires
* - Referência à Serra do Caldeirão
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