sábado, 3 de junho de 2017

Nau do Sol Nacente

Nau pousada na trégua de um tempo ido
Navegando no contratempo do presente,
Nevoeiro de um mundo aparecido
Numa longínqua alvorada crescente.

Sonhos de riqueza num porto atracados
Em maré cheia de sol nascente;
Ao Céu se erguem as preces dos recém-chegados,
Apegados a um Deus em riste, fremente…

Mergulhados na constante profusão
De outros cheiros, cores a sabores,
Aflora a magia na confusão,
Entre gestos, sorrisos e clamores.

Olhares diferentes, olhares rasgados,
Subtileza de gestos aprendidos
Contrastando no olhar de marinheiros viajados,
Emprestados à rudeza dos mares cindidos.

Nau pousada na trégua de um tempo ido
Flutuando no contratempo do presente,
Névoa fluindo num mundo aparecido,
Num Japão longínquo escondido a Oriente.

Hugo Ferreira Pires         Junho, 2017


Sem comentários:

Enviar um comentário